Nunca um regresso às aulas foi tão desejado e, ao mesmo tempo, tão temido. Vivemos em tempos em que é preciso equilibrar a necessidade de reduzir ao máximo a probabilidade de contágios e garantir a segurança de todos, mas também a de não privarmos milhões de crianças e jovens do acesso à educação e à interação social. É no encontro deste equilíbrio que reside o grande desafio deste novo ano letivo para as escolas.
É evidente que as escolas têm um papel fundamental, não só do ponto de vista da aprendizagem, mas também para o bem-estar psicológico dos jovens e desenvolvimento de competências sociais. No entanto, com o regresso ao ensino presencial várias escolas já se encontram a enfrentar problemas devido ao Covid-19. Existem alunos a testar positivo, forçando os restantes estudantes, professores e funcionários a ficarem em quarentena. Perante esta situação, as direções das escolas estão a tentar encontrar maneiras seguras de continuar o ensino presencial. O esforço é grande! São precisos mais meios humanos e materiais, mais regras, mais disciplina e uma constante adaptação, que tornam a gestão escolar um desafio diário.
No caso da minha escola, foram adotadas uma série de medidas, nomeadamente, criação de percursos de circulação, criação de “bolhas”, desfasamento de horários, reforço da higienização e arejamento do espaço escolar, entre outras. De um modo geral, estas normas estão a ser cumpridas, no entanto com os alunos mais novos tem de se ter uma vigilância maior. Também a nossa Direção escolar tem sido muito pró-ativa, estando, constantemente, a informar a comunidade escolar sobre o ponto de situação.
Apesar de todos os esforços, a verdade é que o panorama nacional tem vindo a piorar, verificando-se um aumento dos casos de infeção diários, além disso, tudo pode agravar-se devido à combinação da gripe sazonal com o Covid-19. Esta situação poderá originar um desconforto entre pais, alunos e professores, uma vez que se instala uma preocupação generalizada de arriscar a sua própria saúde. Portanto, na minha opinião, urge às direções das escolas anteciparem este problema, planeando, desde já, a possibilidade de utilização de uma forma de ensino híbrida (parte presencial/ parte à distância), tentando assegurar o acesso da mesma a todos, independentemente do seu estatuto social. Na minha escola já se implementou este sistema, devido à quantidade de estudantes que têm faltado, por se encontrarem em isolamento profilático ou quarentena, assim, alguns alunos assistem presencialmente às aulas e outros a partir de casa.
Em suma, o ideal era podermos todos voltar, sem receios, à nossa “normalidade”, mas como é impossível, adaptemo-nos da melhor forma à nova realidade! Tudo é novo, tudo é diferente, sobretudo pelas decisões a tomar, de modo a evitar que o ambiente escolar seja um dos possíveis fatores de difusão da pandemia. Tem, assim, de haver um esforço por parte de toda a comunidade escolar, para que, no final, todos saiam mais fortes.
Sofia Fontes, nº17
11ºA