As vivências e experiências de cada indivíduo são refletidas em parte na comunidade em que este é integrante. Uma comunidade não se baseia apenas num agregado de pessoas com legado cultural e histórico semelhante, mas também, na proximidade e nas relações estabelecidas entre estas. É facto que os afetos são imprescindíveis no que diz respeito à qualidade de vida de qualquer um. Quer seja na amizade ou num relacionamento, o toque é essencial e de extrema importância. Contudo, devido à atual situação pandémica, em que nos encontramos, é notória a privação de relações por segurança humana. Esta ausência de vínculos afetivos e de outras rotinas de interação social originam sentimentos de solitude e sobrecargas emocionais.
O surto de Covid-19 originou uma eminente apreensão no povo. Esta calamidade provocou um medo e uma insegurança nunca experienciados. Outrora, a afeição era frequente, por vezes um fator determinante como por exemplo nas épocas festivas, com a reunião de familiares distantes, e no regresso às aulas ou ao ambiente de trabalho. Porém, as atuais medidas de contenção aplicadas com vista a evitar a propagação do vírus, afastaram gerações e amigos, que se viram impedidos de qualquer gesto de carinho. A situação de risco de saúde unida aos afetos assustadoramente condicionados gerou e gera um dissabor na população mundial.
O contacto humano é inevitável, por tal, a carência deste pode gerar um défice psicológico, uma condição alarmante no que diz respeito à saúde mental. Assim, é necessário hipervalorizar os laços afetivos e utilizar todos os métodos eficientes e seguros de contactar os nossos entes queridos. Usufruir da tecnologia e a preocupação e compaixão com o outro, são meios excelentes de restabelecer relações e por consequente, assegurar o bem-estar coletivo, bem como criar oportunidades únicas de crescimento e aprendizagem social.
Em suma, a pandemia contemporânea é uma situação inquietante, responsável pelo agravamento da vitalidade com consequências por vezes inconversíveis. Deste modo, é crucial preservar relações com o intuito de manter a saúde emocional e o carinho mais próximos de cada um de nós. Devemos seguir uma perspetiva positiva, onde brevemente um “novo normal” vai tomar conta das nossas vidas, futuro próximo responsável por trazer o abraço mais desejado ao nosso dia a dia.
Jesus Fonseca e Mariana Rocha – 11ºA (22/10/2020)